META: Alunos desenvolvem projetos para melhorar vida de deficientes visuais
Sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Última modificação: Sexta-feira, 21 de janeiro de 2022
Usar a tecnologia para melhorar a vida de pessoas com deficiência. Esse é o objetivo de alguns dos trabalhos expostos por alunos do campus I na 27ª Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações do CEFET-MG.
Para as estudantes do curso técnico em Equipamentos Biomédicos Clara Nunes, Joyce Rodrigues e Maria Clara Avelar, dar autonomia e segurança a todos é fundamental. Elas criaram o projeto “Vision DC – Diferenciador de cédulas de dinheiro para deficientes visuais”, orientadas pelo professor Renato Zanetti. O aparelho informa o valor das cédulas através de um alto falante ou fone de ouvido. “Cada nota tem uma marcação que ajuda a diferenciar, pelo tato, o valor. No entanto, com o passar do tempo, muitas delas ficam desgastadas, o que atrapalha a identificação”, explica Clara. O protótipo funciona identificando a cor das cédulas.
Maria Clara Avelar explica que a ideia do projeto surgiu de uma conversa com um deficiente visual. “Ele nos disse que uma de suas maiores dificuldades é lidar com dinheiro: ele não pode ir ao mercado sozinho sem ficar desconfiado ao receber troco ou pagar por algo”. Para Clara Nunes, a principal importância do projeto é a segurança que ele dá a pessoas com deficiência visual. “Nosso protótipo ainda é grande, mas pensamos em um mais discreto para facilitar o seu uso com segurança. Seria interessante, inclusive, a disponibilidade desse equipamento em comércios”, afirma a estudante.
Autonomia é também uma preocupação do projeto “Boné para deficientes visuais”. Miguel Martins, do curso de Eletrônica, afirma que o trabalho surgiu de uma pesquisa sobre tecnologia assistiva, termo utilizado para descrever todo o desenvolvimento voltado a melhorar a qualidade de vida de pessoas que necessidades específicas. O protótipo foi desenvolvido junto com seus colegas Luan Xavier e Gabriel Gomes, sob orientação dos professores Rosiane Leite e Joel Augusto.
“Criamos um boné equipado com sensores ultrassônicos, que tem como objetivo ampliar o reconhecimento dos deficientes visuais do ambiente em que eles estão”, explica Miguel. “O equipamento não substitui o uso de bengala, porque não detecta obstáculos como degraus e buracos, mas pode ser usado dentro de casa, para reconhecer paredes e facilitar a locomoção”. Miguel conta que diversos colegas de classe têm realizado trabalhos que busquem melhorar a vida de pessoas com deficiência. “A gente tem que encontrar alguma aplicação boa para todo o conhecimento que temos e a melhor forma disso é ajudando a quem precisa”.
META
A Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações (Meta) do CEFET-MG teve início em 1978 com o objetivo de divulgar as pesquisas desenvolvidas por professores e alunos dos cursos técnicos e graduação à comunidade e visitantes de outras instituições educacionais e empresariais. Esse ano, está acontecendo a 27ª edição da Meta.
A Mostra é um espaço para o desenvolvimento de metodologias de projetos e diversificação de atividades de aprendizagem, com ações de caráter prático e aplicado. Alguns dos objetivos da Meta são promover o intercâmbio técnico, científico e cultural entre alunos, professores e técnicos administrativos do CEFET-MG; e propiciar aos educandos o desenvolvimento de habilidades para realização de projetos e equacionamento de problemas científicos e tecnológicos.
O presidente da Comissão, professor Sidney Maia destaca que a Meta valoriza o trabalho intelectual dos alunos. “Além de ser técnico-científico, a Meta é um evento importante e estratégico para a formação do técnico pela aproximação da ciência e tecnologia”, ressalta.
Nos campi do interior, as atividades da Meta foram realizadas entre os dias 18 a 22 de setembro. Em Belo Horizonte, os trabalhos dos alunos estarão expostos nos dias 24, 25 e 26 de outubro, das 8h às 20h, no ginásio poliesportivo do campus I. A premiação e encerramento acontecerão em 27 de outubro, às 14h, no auditório.